SURPREENDA!

natalie-kusch-queensland-balletÉ comum ouvirmos alguma história de superação, seja em filmes, novelas, programas de TV, Internet ou mesmo de pessoas próximas. Ficamos impressionados com a capacidade que algumas pessoas têm de quebrar barreiras e enfrentar grandes desafios. Às vezes ficamos tão impressionados que damos um ar de ficção às histórias, mesmo que estejam ao nosso alcance.

… “O que será que aquela pessoa tem de tão especial? De onde ela tirou forças para isso? Eu jamais conseguiria! Certamente teria desistido!”. Os pensamentos são os mais diversos, e a maioria deles nos faz reduzir nossa crença em nossa própria capacidade. Quando isso ocorre, a superação torna-se exceção, e não regra.

Será que surpreender é algo tão incomum assim? Será que não fechamos os olhos para nossas próprias conquistas? Será que nos comparamos muito com a batalha e o limite dos outros e pouco com nossos próprios limites?goldfish jumping - improvement and career concept
“Que eu seja melhor, não melhor que ele ou que ela; mas melhor que eu mesmo. Que eu possa surpreender, não por fazer melhor que os outros; Mas por fazer acima daquilo que eu acreditava ser meu limite”. (Crischarles D. Arruda)

Seja qual for a dificuldade a ser enfrentada, tudo começa na mente. O projeto, o plano, a meta, o caminho… Essa construção começa na mente e na alma.  Isso é garantia de que terá êxito? Não. Mas se não começar pela mente, e migrar para o corpo, a sentença de derrota já está decretada. “Tudo está na mente. É onde tudo começa. Saber o que você quer é o primeiro passo na direção de conseguir” (Mae West).

Muitas vezes as pessoas duvidam de nós. E não poucas vezes fazemos coro a esta voz e sequer damos um passo na direção de nosso objetivo. Mas o que ocorre quando alguém quebra esse ciclo? O que ocorre quando a voz interior fala mais alto do que a exterior? Quando, mesmo sabendo que é difícil, tentamos? Ocorre o que chamamos de SURPRESA.

Surpreender é tirar algo de onde não se espera. É agir em direção oposta ao que todos pensam. É conquistar o que muitos duvidam. É contrariar estatísticas, superar prognósticos, alterar perspectivas. Surpreender pode ser algo positivo ou negativo. E, em nossa caminha, sempre teremos oportunidades de sermos surpresas positivas.

Você já ouviu falar de alguém que tenha surpreendido?

Chames Salles Rolim, uma moradora de Ipatinga/MG, surpreendeu a todos com sua força de vontade para aprender. Em 2014 ela realizou o sonho de se formar em Direito aos 97 anos. Passou a maior parte da vida trabalhando na farmácia do marido, com quem ficou casada por 63 anos. A destemida senhora decidiu ingressar no curso depois da morte do companheiro, que não aprovava os estudos. Como se não bastasse o curso, Chames ainda pratica hidroginástica e costuma escrever poesias. “Sei que a minha idade não me dá muito prazo. Por isso, o que eu quero é ser útil a quem me procurar, compartilhar o conhecimento”.

Marilene Lopes, 40 anos, ex catadora de latinhas,  ganhou os noticiários depois de passar em um concurso de nível médio do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. A mulher tinha uma renda de R$ 50,00 mensais juntando latinhas para sustentar 5 filhos, e hoje possui uma profissão e um bom salário. Você consegue imaginar a dificuldade? “Nunca tinha nem fruta para comer. Eu me lembro que passei um ano com uma só calcinha. Tomava banho, lavava e dormia sem, até secar, para vestir no outro dia”.

Rosie Davies, 7 anos, nasceu com uma doença rara que a fez perder as pernas. Devido a uma falha na coluna, a bacia não estava conectada ao tronco. Os médicos decidiram amputar as duas pernas da menina, que não possuíam movimento, e uniram o tronco e a bacia com um dos ossos dos membros amputados. Rosie surpreendeu os médicos e superou as expectativas ao conseguir se movimentar com habilidade sobre os braços e andar de skate – mesmo depois da amputação, além de participar das aulas de dança na escola.

Fran Benson sofria de Tocofobia (transtorno psicológico que amplia consideravelmente o medo do parto transformando em um pavor irracional e profundo). Para as mulheres que sofrem da doença ser mãe parece algo inatingível. “Eu sentia um temor incontrolável, como se o parto fosse algo impossível”. “Eu achava que se tivesse um filho meu corpo iria se partir pela metade e eu morreria”. Fran enfrentou seu trauma e hoje tem 3 filhos. Superar esse medo era a única forma de realizar o sonho de que suas crianças viessem ao mundo.

Poderíamos pensar em Malala Yousafzai, a paquistanesa que desafiou os talibãs, foi baleada na cabeça aos 15 anos por defender a educação feminina e que, aos 17 anos, foi a mais jovem ganhadora do prêmio Nobel. Ou Sandra Regina, 53 anos, que criou 10 filhos sozinha com salário de faxineira depois de deixar o marido alcoólatra.
Esses são apenas alguns dos milhões de exemplos pelo mundo. Uma busca rápida na Internet e você poderá encontrar esses e outros casos que farão seu coração bater mais forte.

Podemos citar mulheres de todas as idades, crenças, classes econômicas, culturas, regiões. O que elas têm em comum? Superpoderes? Você pode até dar esse nome, desde que entenda que também está ao seu alcance.cancer-child-happy
Surpreender está ao alcance de todas, basta que exista um desafio e a vontade e necessidade de superá-lo.

Você já surpreendeu alguém? Já quebrou as expectativas e trouxe orgulho a muita gente? Estou certo que sim. Lembra-se de como foi difícil, mas prazeroso. Lembra-se de como te sufocou, mas como a fez respirar profundamente depois. Lembra-se das lagrimas, mas do sorriso posterior?
“Eu me conheço bem, mas sei que posso me surpreender comigo mesmo, a qualquer minuto”. (Martha Medeiros)

Está na hora de surpreender novamente!
…Ingressar na universidade, mesmo achando que já não tem idade para isso, e conquistar seu diploma; Fazer aquela viagem que parece tão distante;  Trocar aquele emprego que te sufoca e tira a sua paz por outro em que seja realmente valorizada;  Terminar esse relacionamento que a faz chorar dia e noite, e que ninguém mais acredita que você é capaz, pois já tentou várias vezes;  Começar um curso e realizar seu sonho de falar outra língua;  Passar no vestibular daquela universidade pública, improvável, impossível;  Ser mãe, ser pai e mãe, ser livre; Mudar de bairro, cidade, Estado, país!

Enfrentar uma enfermidade séria, fazendo seu corpo reagir à vontade de se curar. Enfrentar seus traumas e questões emocionais buscando um profissional da área.

woman-doing-push-ups-pinkSuperar o medo da mágoa e ingressar num novo relacionamento, de forma mais equilibrada e centrada; Fazer aquela mudança no visual… Pintar, cortar, enrolar, esticar o cabelo, ganhar ou perder peso, usar aquela maquiagem guardada ou aquele vestido; Enfrentar seus medos e fobias… De água, de dirigir, de voar, de falar em publico, de se divertir na Montanha Russa ou saltar de paraquedas, de dançar livremente, de abrir seu próprio negócio.

Qual é seu medo? Sua barreira, obstáculo, dificuldade?
É financeira? Emocional, Social, Física, Cultural? Você pode enfrentá-la?
“Surpreender-se, estranhar-se, é começar a entender”. (José Ortega Gasset)

A lista de mulheres que surpreenderam é infinita. Vai muito além das páginas de matérias de jornal. Em cada canto do planeta há um mulher enfrentando enormes desafios.

Olhe no espelho e desafie-se! Se necessário, peça ajuda. Conte com as pessoas que te amam. Se necessário, refaça os cálculos, planeje novamente, faça ajustes, reconheça as falhas e perdoe-se. Mas volte ao caminho!

SURPREENDA!

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A propósito. A moça da foto é Madeline Stuart. Leia sobre ela.

Alessandro Poveda
Psicanalista SAC
(11) 94945-8735

 

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