O que te impede de tentar? O que segura você na inércia? Quantos planos e sonhos deixou para trás? Quantos ainda vai deixar?
Note que a pergunta não foi “o que te impede de conseguir”. O termo utilizado foi tentar. Não é um compromisso com o resultado, é com a batalha.
Onde e por que parou? Ou por que nunca começou?
Um curso superior; uma viagem nacional ou internacional; um novo emprego; um imóvel ou automóvel; um novo aprendizado, talvez de um instrumento musical, um determinado esporte ou mesmo uma carteira de habilitação; uma especialização no trabalho; um novo idioma; um novo estilo de vida; se libertar de um vício; ingressar num novo relacionamento que te faca bem… Ou sair de um que te faça mal.
O que você está deixando pelo caminho?
Na série Dr. House o protagonista afirma que “as pessoas dizem que o tempo muda tudo. Não é verdade. Fazer coisas é o que muda algo. Não fazer nada, deixa as coisas do jeito que eram”. O cético médico tem razão. Águas passadas não movem moinhos. Paradas também não.
Quando ouvimos sobre pensamento positivo, fé e sobre acreditar em si mesmo muitas vezes interpretamos de forma errada. A crença não é uma “força invisível que move as coisas”, mas sim um combustível para a atitude. Você crê, e por isso age. O agir é que torna possível, não o pensar. Sei que há dificuldades que muitas vezes tem a face do impossível. Mas o tempo vai passar, quer você faca algo ou não. E como diz aquela frase de palestras de motivação, o ‘não’ você já tem.
Recentemente fiquei impressionado com o vídeo1 de um rapaz – sem ambos os braços – tocando guitarra com os pés, de maneira brilhante e emocionante. Acordes, solos, alavanca e pedaleira. Tudo estava lá, exceto os braços. Imagine quantos “isso é impossível” ele ouviu e sentiu de si mesmo e das pessoas a sua volta. Se fizéssemos uma lista do que é necessário para se tocar guitarra, talvez a primeira resposta fosse: ter uma guitarra, a segunda, ter braços.
Qual é a lista de exigências que te bloqueia?
Uma reportagem2 exibida recentemente na TV mostrou a história de Marilene Lopes, mãe de cinco filhos, que catava latinhas para sobreviver e hoje é Técnica Judiciária no Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Atitude!
Será que ela encontrou muitos obstáculos pelo caminho?
Cuidado com as desculpas:
Muitas vezes fugimos de nossos planos ou problemas diante de uma determinada situação utilizando o que Freud chama de Mecanismos de Defesa. Todos nós utilizamos esses mecanismos para aprovar nosso comportamento ou justificá-lo quando necessário. Às vezes, a única maneira de conseguir isto é através de processos inconscientes, iludindo-nos e modificando os fatos reais para preservar nossa autoimagem.
Dois dos mais comuns utilizados para fugir dos conflitos são:
Racionalização: “Não posso, é muito difícil”. “Estou assim por dificuldades financeiras” – onde tornamos comuns conflitos pessoais; e Projeção: “Estou assim por causa do meu marido”, “Não há ninguém para me ajudar” – onde os conflitos são colocados no outro.
Muitos de nossos projetos ficarão pelo caminho, isso é fato. Nem por isso devemos deixar de fazer novos projetos.
Você não esta velha demais para voltar a estudar. Você não está ocupada demais para aprender algo que gosta. Filhos e tarefas de casa não podem te impedir de iniciar um novo projeto. Falta de dinheiro não pode te impedir de tentar. Sempre haverá desafios dos mais complexos. Sempre haverá barreiras, é por isso que você dará tanto valor à sua conquista, pois saberá o preço que pagou.
Olhe para trás. Lembra-se de algo muito difícil que tenha conquistado? Lembra-se de algum plano ou sonho realizado e como foi uma tarefa árdua? Pois é, sua VIDA é sua palestra motivacional! Talvez você se esqueça de boa parte deste texto. Isso não é um problema, pois não é nele que você deve acreditar, e sim em si mesma, e agir de acordo com o que acredita.
Ouça ‘Dream On’ da banda Aerosmith de uma forma diferente, e reflita em sua letra.
“…Sonhe, até que se realize”.
Os dois casos citados não são exceções raras. Todos os dias milhares e milhares de pessoas tentam, arriscam, falham, erram, persistem, perdem e vencem. Todos os dias há pessoas enfrentando as mais cruéis adversidades. E são elas as vencedoras anônimas. Elas têm seu próprio livro de recordes: De horas sem dormir, de cafés tomados, de “nãos” recebidos, de portas fechadas.
Nenhum pensamento traduz melhor esse texto do que a reflexão de Santo Agostinho: “A esperança tem duas filhas lindas: A indignação e a coragem. A indignação nos ensina a não aceitarmos as coisas como estão; a coragem, a mudá-las”.
Não existe álbum de fotos de momentos que não vivemos.
Hora de ir, há um sonho te esperando lá fora.
1) http://www.youtube.com/watch?v=78wk8Rr8XNw