O pediatra e psicanalista Donald Winnicott definiu como Objeto Transicional aquilo que as crianças escolhem para suportar a ausência da mãe, que, num primeiro momento, a substitui. Aquele objeto inseparável e insubstituível, como um paninho, uma boneca, brinquedo ou fraldinha, levado a todo lugar e que, na sua falta, a criança sequer consegue dormir, muitas delas proibindo até de lavá-lo. Porém, para Winnicott, sua função vai além disso. Embora ele tenha valor simbólico, também cumpre um objetivo material ao ser escolhido e definido pelo indivíduo:
O pediatra e psicanalista Donald Winnicott definiu como Objeto Transicional aquilo que as crianças escolhem para suportar a ausência da mãe, que, num primeiro momento, a substitui. Aquele objeto inseparável e insubstituível, como um paninho, uma boneca, brinquedo ou fraldinha, levado a todo lugar e que, na sua falta, a criança sequer consegue dormir, muitas delas proibindo até de lavá-lo. Porém, para Winnicott, sua função vai além disso. Embora ele tenha valor simbólico, também cumpre um objetivo material ao ser escolhido e definido pelo indivíduo:
“É verdade que a ponta do cobertor (ou o que quer que seja) é simbólica de algum objeto parcial, tal como o seio. No entanto, o importante não é tanto seu valor simbólico, mas sua realidade. O fato de ele não ser o seio (ou a mãe), embora real, é tão importante quanto o fato de representar o seio (ou a mãe)”. (Winnicott).
Nos primeiros meses de vida a criança não tem conhecimento de que ela é um todo, uma integridade, de forma que, separar-se da mãe, mesmo que por um curto espaço de tempo, torna-se uma experiência desesperadora. Daí a escolha de um objeto para lidar com essa angústia. Por conta de sua função ele recebe esse nome, pois é uma fase de transição, uma passagem entre a dependência extrema e a relativa, entre o eu e não-eu, entre um estado de ilusão (ser inseparável) e desilusão (ser separável e lidar com isso).
Os objetos transicionais correspondem ao momento de origem do processo de simbolização. Winnicott diferencia os fenômenos primitivos, nos quais, para o bebê, os objetos têm natureza subjetiva, dos fenômenos mais tardios do processo de amadurecimento. Neste momento a criança compreende a integração numa unidade, distinguindo interior e exterior, podendo, portanto, reconhecer e relacionar-se com objetos externos.
Muitas vezes os objetos transicionais não se limitam apenas à infância e encontramos resquícios dele na fase adulta. Os exemplos mais comuns são as músicas que eternizam uma pessoa ou momento, e presentes que guardamos e que fazem emergir a lembrança do ser amado.
E você? Tinha um objeto transicional?
Alessandro Poveda Psicanalista SAC (11) 94945-8735