Autoestima pode ser definida como avaliação positiva ou negativa que a pessoa faz sobre si mesma, envolvendo três aspectos: crença (em que acredita), comportamento (o que faz), emoções (o que sente).
É consenso que grande parte dela é construída na infância, especialmente nos primeiros anos de vida.
As primeiras relações humanas, portanto, tem grande relevância no desenvolvimento de uma autoestima saudável. Não se pode afirmar que alguém “nasce com baixa ou alta autoestima”. Nossa mente é como um HD, onde são salvos arquivos importantes e, invariavelmente, alguns “vírus”. Essa avaliação sobre si mesma é essencial para determinar seu grau de satisfação com a vida: “O Si mesmo (self) representa o objetivo do homem inteiro, a saber, a realização de sua totalidade e de sua individualidade, com ou contra sua vontade”. (Jung)
Tente se lembrar de sua tenra idade. Das coisas que ouvia de seus pais, tios, irmãos mais velhos, professores, vizinhos… se lembra de algo?
– Olha, é cara do pai! Que linda!; Ela é muito inteligente!; Nossa, você e tão esperta!
Essas, e incontáveis outras coisas ouvidas e processadas diariamente foram moldando o modo como você se vê. Mas o fato é que não ouvimos apenas palavras positivas. Muitas vezes ocorre justamente o contrário.
Você se lembra de algum:
– Que menina desastrada! Você é terrível!; Não faz nada direito!; Como você é relaxada!; Hey, menina feia!; Você é inútil!; Você não tem nada a oferecer!
Esses são os vírus. Consciente ou inconscientemente você também processou essas informações mesmo que elas não fizessem sentido. E, o que é mais prejudicial, acreditou nelas.
A questão é: Por que acreditamos piamente nas palavras negativas lançadas desde a infância, e duvidamos tanto das positivas? Por que salvamos numa pasta oculta as ofensas e anotamos num post-it os elogios?
Uma fica guardada por anos, sempre prejudicando seu desempenho e sua autoimagem. A outra fica colada em algum canto por poucos dias até voar com o vento e ser esquecida. Carecemos periodicamente de aceitação, pois nos esquecemos das verdades positivas ditas a nós e a nosso respeito.
A coisa se agrava quando, já na juventude ou fase adulta, as acusações se repetem. Patrões, familiares, vizinhos, colegas de trabalho, namorados/maridos ou ex, lançam palavras duras aos seus ouvidos e restauram os arquivos ocultos que pareciam não mais incomodar. Nesse momento as vozes voltam de maneira mais forte, mais destrutiva, mais diretas e, muitas vezes, em primeira pessoa:
Eu sou burra! Não faço nada direito! Sou feia! O que tenho de interessante?
Lembra-se da definição de autoestima? Aqui sua autoavaliação está inteiramente negativa. Mas, o que houve com os bons arquivos? O que houve com os elogios? Você deletou? Ah sim…. Foram escritos num post-it. Perceba como não faz sentido!
Você foi inteligente, mas não é mais? Era linda no começo do namoro, agora, não é? Era simpática, interessante e agradável, mas uma discussão fez você se tornar chata, insuportável e desinteressante? Você não é perfeita, pois ninguém é. Mas tem uma infinidade de qualidades e precisa acreditar nelas. A autoestima pode sim ser ajustada, revista e corrigida. A partir de hoje restaure o que há de bom em você. Acredite em suas qualidades, habilidades, atributos com a mesma convicção que acredita em seus defeitos.
A psicóloga Rosemeire Zago afirma que “autoestima é sempre uma questão de grau, e todos podem elevá-la”. Lembre-se de que xingamentos, insultos, ofensas não têm o objetivo de gerar o bem e nem tampouco são constituídos exclusivamente de verdades. Dar crédito a eles pode significar acreditar em mentiras.
O que houve com a menina esperta? Alegre? A cara da avó? Ligeira, inteligente, linda, a primeira da turma? Acredite no elogio, duvide da ofensa! Guarde a boa palavra em sua pasta pessoal, e consulte periodicamente. Escreva a ofensa num post-it e deixe o vento levar. A menina esperta hoje é uma MULHER BRILHANTE!
Se você creu nessas palavras e já se sentiu melhor, provavelmente é alguém com qualidades e que talvez passou a enxergá-las novamente.
Descubra-se. Vai ser mais fácil e prazeroso se amar.
Alessandro Poveda Psicanalista SAC (11) 94945-8735
Era disso que estava precisando!!muito bom!
Ficou muito bom sim, didático e atual, colocou de um jeito bem simples que, creio, todo tiveram facilidade em entender!
Parabéns!
Thank you very much . Good post .
Isso vc enfiou na minha cabeça a marteladas, pauladas….calma gente….DEU CERTO …HJ SOU UMA DIVA!Pode xingar, ofender, nada tirará minha auto estima.
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tão convidativo e acolhedor… obrigada!
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